Eu tenho sido para muito amigo,

Eu tenho sido para muito amigo,
Qual velho rancho, à beira de uma estrada,
Onde busca o viandante, à noite, abrigo,
E de onde parte pela madrugada.


Parte. O sol o protege. A caminhada
É suave. Nem mais sombra de perigo.
Canta, e nem olha para trás. E nada
Leva das horas, que passou comigo.


Mas que há de se levar de um pouso aberto?
Ei-lo que se escancara no deserto:
Entra-se; faz-se fogo; arma-se o ninho;


E lá se deixa, quando a noite passa,
Um bocado de cinza e de fumaça,
Dentro do rancho à beira do caminho.

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